quarta-feira, 29 de maio de 2013

FESTA de SÃO PEDRO e SÃO PAULO



Refletindo o Evangelho do Domingo

Pe. Thomaz Hughes, SVD


FESTA de SÃO PEDRO e SÃO PAULO 
Mt 16, 13-19
“E vocês, quem dizem que eu sou?”


Oração do dia

Senhor nosso Deus, concedei-nos os auxílios necessários à salvação pela intercessão dos apóstolos são Pedro e são Paulo, pelos quais destes à vossa Igreja os primeiros benefícios da fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

EVANGELHO (Mateus 16,13-19)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus. Naquele tempo, 16,13 chegando ao território de Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: "No dizer do povo, quem é o Filho do Homem?"
14 Responderam: "Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas".
15 Disse-lhes Jesus: "E vós quem dizeis que eu sou?"
16 Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!"
17 Jesus então lhe disse: "Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus.
18 E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
19 Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus".
- Palavra da Salvação.


COMENTÁRIO

    Aqui temos a versão mateana (Mateus) da profissão de fé de Pedro, que Marcos (Mc 8, 27-35) coloca como pivô de todo o seu evangelho. Este trecho levanta as duas perguntas fundamentais de todos os evangelhos: quem é Jesus? O que é ser discípulo d’Ele? São duas perguntas interligadas, pois a segunda resposta depende muito da primeira. A minha visão de Jesus determinará a maneira do meu seguimento d’Ele.

Como refletimos domingo passado sobre a versão lucana desse texto (Lc 9, 18-24), remetemo-nos àquela reflexão e aqui somente assinalaremos alguns poucos pontos a mais, já levando e conta o que foi escrito para o 12º Domingo do Tempo Comum.
Depois de Jesus interrogar duas vezes os discípulos, o texto de Mateus acrescenta vv. 17-19, pois quer destacar o papel de Pedro (e, por conseguinte, dos líderes da sua própria comunidade), na função de ligar e desligar da comunidade, que nos Evangelhos somente aqui e em Cap. 18 é chamada de “Igreja”. “As chaves do Reino” não se refere aqui ao poder de perdoar pecados, mas de integrar e desligar pessoas da comunidade dos discípulos.
O fundamento, o alicerce, a pedra fundamental dessa comunidade é o conteúdo da profissão de Pedro “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo”. Mas continuam no ar as duas perguntas que são o cerne do Evangelho: “Quem é Jesus?”, e “o que significa segui-Lo?” Pois os termos que Pedro usa são ambíguos, porque cada um os interpreta conforme a sua cabeça. Por isso, Jesus toma uma atitude, aparentemente estranha: “Ele ordenou os discípulos que não dissessem a ninguém que ele era o Messias!”
Que coisa esquisita! Jesus proíbe que se fale a verdade sobre ele! Como é que Ele espera angariar discípulos deste jeito? O assunto merece mais atenção.
Realmente, Pedro acertou em termos de teologia, de “ortodoxia”, conforme diríamos hoje. Ele usou o termo certo para descrever Jesus. Mas, Jesus quer esclarecer o que significa ser “O Messias de Deus”. Pois cada um pode entender este termo conforme os seus desejos. Jesus quer deixar bem claro que ser “messias” para Ele é ser o “Servo de Javé”. É vivenciar o projeto do Pai, que necessariamente vai levá-lo a um choque com as autoridades políticas, religiosas, e econômicas, enfim, com a classe dominante do seu tempo, e não o Messias nacionalista e triunfalista das expectativas de então. Pedro teve que aprender essa exigência do discipulado, de uma maneira lenta e dolorosa, passando até pela negação de Jesus na noite da sua prisão. Aprendeu tão bem que chegou a dar a sua vida como mártir, também morrendo, conforme a tradição, em uma cruz, no Circo de Nero em Roma, onde atualmente se localiza a Basílica que traz o seu nome. Aprendeu a duras penas ser discípulo de verdade e cumprir a missão que recebeu de Jesus na Última Ceia: “Eu rezei por você, para que a sua fé não desfaleça. E você, quando tiver voltado para mim, fortaleça os seus irmãos” (Lc 22, 32). Aqui temos o essencial do ministério petrino (Pedro), continuado no Papa - confirmar e fortalecer a fé dos irmãos e irmãs. A Igreja sempre deve zelar que acréscimos históricos, mais adequados a monarcas do que a discípulos, não escondem essa missão essencial.
Paulo, que durante os seus primeiros anos da vida adulta, perseguia os discípulos, também teve a graça da conversão, chegando a afirmar que não queria saber nada a não ser Jesus Cristo e Jesus Cristo Crucificado! (1Cor 1, 2). Ele também pagou com a sua vida essa decisão pelo discipulado.
No nosso tempo, quando é moda apresentar um Jesus “light”, sem exigências, sem paixão, sem Cruz, sem compromisso com a transformação social, o texto nos desafia para que clarifiquemos em qual Jesus acreditamos. O Jesus quebra-galho, que existe para resolver os meus problemas pessoais, tão propagado por setores da mídia e por diversos movimentos e pregadores, ou o Jesus bíblico, o Servo de Javé, que veio para dar a vida em favor de todos?




Um comentário:

  1. Jesus confirma a autoridade do Pedro, que seria o primeiro Papa. Logo, Pedro e Paulo, deram a vida por Jesus, sendo os seus verdadeiros seguidores e duas grandes colunas da Igreja. E nós também devemos dar diariamente um pouco de nós mesmos pela causa do Evangelho, por Jesus Cristo.

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