domingo, 7 de julho de 2013

17º DOMINGO COMUM - Ano C


Refletindo o Evangelho do Domingo

Pe. Thomaz Hughes, SVD


DÉCIMO SÉTIMO DOMINGO COMUM - Ano C
Lucas 11,1-13
Ensina-nos a rezar


Oração do dia
Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de amor para conosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

EVANGELHO (Lucas 11,1-13)
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
— 11,1 Um dia, num certo lugar, estava Jesus a rezar. Terminando a oração, disse-lhe um de seus discípulos: "Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos". 
2 Disse-lhes ele, então: "Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso Reino; 
3 dai-nos hoje o pão necessário ao nosso sustento; 
4 perdoai-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos àqueles que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação". 
5 Em seguida, ele continuou: Se alguém de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: "Amigo, empresta-me três pães, 
6 pois um amigo meu acaba de chegar à minha casa, de uma viagem, e não tenho nada para lhe oferecer; 
7 e se ele responder lá de dentro: 'Não me incomodes; a porta já está fechada, meus filhos e eu estamos deitados; não posso levantar-me para te dar os pães'; 
8 eu vos digo: no caso de não se levantar para lhe dar os pães por ser seu amigo, certamente por causa da sua importunação se levantará e lhe dará quantos pães necessitar. 
9 E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. 
10 Pois todo aquele que pede, recebe; aquele que procura, acha; e ao que bater, se lhe abrirá. 
11 Se um filho pedir um pão, qual o pai entre vós que lhe dará uma pedra? Se ele pedir um peixe, acaso lhe dará uma serpente? 
12 Ou se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á porventura um escorpião? 
13 Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem". 
- Palavra da Salvação.    

COMENTÁRIO

O nosso texto de hoje nos traz o ensinamento da Oração do Senhor, na versão Lucana (Lucas). O Novo Testamento nos traz duas versões desta oração - por sinal a única oração que o Senhor nos ensinou: Lucas 11, 2-4 e Mateus 6, 9-13. Normalmente os cristãos rezam na forma mateana (Mateus), com sete petições e sem doxologia (oração de louvor). A versão lucana só tem cinco petições. A forma usada na Missa acrescenta a doxologia “porque Vosso é o Reino, o Poder e a Glória para sempre”, baseada no texto trazido pela Didaché - um documento cristão do início do segundo século. Alguns estudiosos explicam as duas formas pelo fato que Lucas e Mateus estavam se dirigindo a comunidades diferentes, com tradições diferentes. Mateus se dirigia a pessoas que tinham o costume de rezar, mas que estavam correndo o risco de orar de uma maneira muita formal e rotineira (judeu-cristãos), enquanto Lucas estava escrevendo para pessoas recém-convertidas (gentio-cristãos) e que precisavam aprender, talvez pela primeira vez, a rezar continuamente.
Embora não haja unanimidade entre exegetas sobre qual é a forma mais original, parece que o consenso tende em favor da versão Lucana. A versão mateana apresenta a forma mais litúrgica do seu uso (p. ex. “Pai Nosso” em lugar do simples “Pai”), mas na verdade não há diferença essencial entre as duas versões. Baseando-nos no trabalho de um exegeta alemão, Joaquim Jeremias, propomos a seguinte versão como a mais aproximada às palavras aramaicas de Jesus (devemos sempre lembrar que Jesus falava em aramaico, os evangelhos foram escritos em grego, e nós os lemos em português!):
“Querido Pai, santificado seja o Teu nome; venha o Teu Reino; o pão nosso de amanhã nos dá hoje; perdoa-nos as nossas dívidas, como queremos perdoar os nossos devedores, e não nos deixes sucumbir à Tentação”.
Seguindo este autor, tratamos a oração como uma “oração escatalógica”, ou seja a oração da comunidade cristã que experimenta o Reino como uma realidade já presente, mas que espera e pede a sua consumação final.
Uma chave para a compreensão lucana da Oração do Senhor, nós encontramos no primeiro versículo do texto: “Um dia, Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um dos discípulos pediu: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou os discípulos dele” (Lc 11, 1). Essa frase nos faz lembrar que muitos grupos religiosos do tempo de Jesus tinham uma oração que identificasse os seus discípulos, como por exemplo, os Essênios, os Fariseus e os Batistas. Então, o discípulo de Jesus pede uma oração que pudesse identificar o seu programa de vida, como discípulos de Jesus. Aí, podemos ver a Oração do Senhor como mais do que uma oração - como um “manifesto” da nossa proposta de vivência da nossa fé. Vejamos mais de perto o texto:

1. “Querido Pai” (ABBÁ):
É possível que muita gente tenha dificuldade em rezar o “Pai Nosso” por causa da sua experiência com o seu próprio pai. Se nós tivemos um pai carinhoso, com quem desde criança nós nos sentíamos bem, então teremos facilidade de rezar a Deus como “Pai”. Mas se o nosso pai era pessoa dura, ameaçadora, sem expressão de carinho, então podemos ter mais dificuldade em poder nos relacionar com Deus como “Pai Nosso”. Outras pessoas - especialmente feministas - talvez achem que o título “Pai” para Deus traz conotações demasiadamente masculinizantes, quando não machistas. Por isso, é importante aprofundar o sentido bíblico do termo, e o que significava na boca de Jesus.
Quando o Antigo Testamento descreve Deus como Pai, implica muito de que a nossa cultura atribui à mãe. O Antigo Testamento se refere a Deus como Pai quinze vezes e enfatiza a ternura, a misericórdia, o carinho e o amor de Deus para o seu povo. Isso fica especialmente claro nos Profetas. Vejamos alguns textos: “Serei um pai para Israel, e Efraim será o meu primogênito” (Jr 31, 9); “Será que Efraim não é o meu filho predileto? Será que não é um filho querido? Quanto mais o repreendo, mais me lembro dele. Por isso minhas entranhas se comovem, e eu cedo à compaixão - oráculo de Javé” (Jr 31, 20); “Eu tinha pensado contar você entre os meus filhos, dar-lhe uma terra invejável... esperando que você me chamasse de “Meu Pai”, e não se afastasse de mim (Jr 3, 19); “Quando Israel era menino, eu o amei; do Egito chamei o meu filho... fui eu que ensinei Efraim a andar, segurando-o pela mão... Eu os atraí com laços de bondade, com cordas de amor. Fazia com eles como quem levanta até seu rosto uma criança; para dar-lhes de comer, eu me abaixava até eles (Os 11, 1ss).
Nestes textos podemos sentir muitas das características que a nossa cultura ocidental atribui à mãe - portanto o termo “Pai” no Antigo Testamento não traz qualquer conotação machista.
Embora o Antigo Testamento fale de Deus como “Pai” 15 vezes, jamais alguém invoca Deus como “meu Pai”, ou “nosso Pai”. O respeito do judeu diante da transcendência de Deus não permitia. Mas, nos Evangelhos nós achamos o termo “Pai” para Deus na boca de Jesus 170 vezes. Isso era coisa tão inédita que podemos ter certeza que se trata de uma palavra autêntica de Jesus e não somente proveniente da Igreja primitiva. Marcos a usa 4 vezes, Lucas 15 vezes, Mateus 42 vezes e João 109 vezes! Na comunidade do Discípulo Amado, pelo fim do primeiro século, “Pai” é o termo para Deus.
A expressão que Jesus mesmo usava era “Abbá”, uma palavra aramaica sem sinônimo em português. Fazia parte da linguagem da intimidade do lar, um termo carinhoso usado tanto por crianças como por adultos, para o seu pai. Então, ultrapasse o sentido da palavra nossa “papai”. Devemos dar muito peso a este ensinamento de Jesus, pois embora não exista na literatura rabínica um exemplo sequer do uso do termo “Abbá” para Deus, Jesus sempre se dirigia a Deus deste jeito, exceto em Mc 15, 34 (quando na cruz, citando um salmo, ele chama Deus de “Eloí”, meu Deus). Jesus, então conversava com Deus com a segurança, intimidade e carinho com quem se conversa na ternura do seio familiar. E mais, ele autorizou os seus discípulos a usar o mesmo termo. Isso indica o novo relacionamento com Deus, que Jesus nos trouxe. É algo além do normal poder reivindicar tal relacionamento com Deus. São Paulo mantinha o termo aramaico, mesmo escrevendo em grego em Gálatas 4, 6 e Romanos 8, 15, quando ele diz: “A prova de que vocês são filhos é o fato de que Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho que clama: Abbá Pai!” (Gl 4, 6); “...receberam um Espírito de filhos adotivos, por meio do qual clamamos: Abbá, Pai!” (Rm 8, 15)
O “endereço” da oração determina não somente o nosso relacionamento com Deus, mas, com os nossos irmãos e irmãs. Pois, se Deus é o “Abbá” de todos nós, então somos todos iguais, e rezar esta oração exige que nós não nos compactuemos com qualquer coisa que nos discrimine - racismo, machismo, clericalismo, exploração etc.
Todas as petições seguintes da oração dependem deste endereço. Pois, não estamos nos dirigindo a um Espírito perfeitíssimo, criador do céu e da terra, onipresente, onipotente e onisciente! Estamos nos dirigindo ao nosso “Querido Pai”, e é este novo relacionamento, um dom incrível do próprio Deus, que faz possível as petições. Por isso, na liturgia, a Igreja pede que se faça uma introdução à oração, como “Orientados pela Palavra de Jesus, ousamos rezar”, para que nós tomemos consciência da enormidade do dom de filiação que recebemos por Jesus.

2. “Santificado seja o Teu nome”
Na forma atual, esta petição pode expressar tanto um louvor (“Santificado seja o teu nome”), como uma petição (“Que o Teu Nome se torne santificado”). No contexto, devemos entendê-la como pedido. Podemos entender melhor a frase se voltamos de novo para um profeta do Antigo Testamento, Ezequiel: “Vou santificar o meu nome grandioso, que foi profanado entre as nações, porque vocês o profanaram entre elas. Então as nações ficarão sabendo que eu sou Javé. quando eu mostrar a minha santidade em vocês diante deles” (Ez 36, 23).
Então, com este pedido rezamos que o mundo chegue a conhecer o nome (isto é, a realidade íntima) de Deus (que Ele é o nosso “querido pai”) através da nossa vivência. Se torna uma oração missionária, com três elementos:
 - primeiro, que nós cheguemos a conhecer cada vez mais quem é Deus.
 - segundo, que o mundo chegue a este conhecimento através do nosso testemunho;
 - terceiro, que a plenitude da revelação da realidade de Deus venha logo; este é o aspecto escatológico.

3. “Venha o Teu Reino”      
O tema central da pregação de Jesus era a iminência do Reino de Deus. Se o “nome” de Deus se refere à sua natureza íntima, o “Reino” se refere à sua atividade. Pedimos aqui a consumação final do Reino. É a oração da comunidade que reconhece a presença do Reino, mas sente que ainda não é estabelecido definitivamente entre nós. Temos outros trechos do Novo Testamento que expressam este desejo com a palavra aramaica “Maranathá”, (Vem, Senhor Jesus!), por exemplo 1Cor 16, 22 e Ap 22, 20.
A versão mateana que nós costumamos rezar, acrescenta “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”. Isso é outra maneira de expressar a mesma ideia, pois, quando a vontade de Deus é feita na terra como já se faz no céu, então o Reino estará plenamente realizado entre nós.

4. “O pão nosso de amanhã nos dá hoje”
Os primeiros dois pedidos almejam a chegada do Reino na sua plenitude, mas as duas petições seguintes põem a ênfase sobre o “agora”, o “hoje”!
A primeira dificuldade que enfrentamos é com a tradução, pois aqui se usa uma palavra grega “epiousios” que não é usada em outro lugar no Novo Testamento. Há quatro sentidos básicos possíveis para este termo:
 - necessário para a nossa existência;
 - para hoje;
 - para o dia que virá;
 - para o futuro.
As várias traduções usadas nas nossas bíblias (e seria bom verificar) refletem a dificuldade em ter certeza sobre o que significa o termo no contexto desta oração. Muitos exegetas concluem, com São Jerônimo, que a palavra quer dizer “dá-nos hoje o nosso pão de amanhã”.
Aqui, “amanhã” significaria o “grande amanhã” da parusia, da consumação final do Reino de Deus. Assim estamos pedindo que nós possamos experimentar hoje o que pertence à plenitude do Reino.
E isso tem implicações muito concretas para a nossa vivência. Pois, jamais será possível experimentar a plenitude do Reino enquanto falta o pão material na mesa dos nossos irmãos e irmãs. Quem faz este pedido se compromete com a luta por uma sociedade mais justa, mais fraterna, onde todos possam ter uma vida digna.
Quando Jesus e os seus discípulos faziam a refeição, era muito mais do que simplesmente tirar a fome. Significava o banquete messiânico, desejado pelos profetas, onde todos teriam vida plena. Quem reza esta petição, se compromete com a concretização de uma sociedade onde “todos tenham a vida e a vida em abundância” (Jo 10, 10), coisa impossível sem o pão material nas mesas.
Não é possível participar do banquete eucarístico, sem este compromisso concreto com a construção de um mundo sem empobrecidos, onde todos terão “o pão nosso de cada dia”.

5. “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós queremos perdoar os nossos devedores”
Um dos grandes dons da era escatológica é o perdão. Já vimos em outros trechos como Jesus manifestava esse dom gratuito do Pai. Aqui pedimos que nós possamos experimentar esse grande dom, aqui e agora. Mas, o trecho levanta a questão da relação entre o perdão de Deus e o nosso perdão.
A maneira que nós rezamos o “Pai Nosso” - “perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido” - pode dar a impressão que estamos pedindo que Deus nos perdoe na medida em que perdoamos os outros! Se Deus vai nos perdoar conforme os critérios humanos, estamos em maus lençóis! Aqui é necessário que olhemos melhor o que significa “assim como”.
Quase todos os estudiosos estão de acordo que esta frase não deve ser entendida como uma comparação entre o perdão de Deus e o nosso. Diversas parábolas sugerem que o perdão de Deus precede o perdão humano (Mt. 18, 23-25; Lc 7, 41-47). O nosso perdão é consequência e resposta ao perdão de Deus. Sendo perdoados, não temos desculpa para não perdoar! Mas qual é então o papel do perdão humano? (Mt 6, 14s). É que o perdão de Deus só se torna real para mim quando eu o assumo na minha vida ao ponto que procuro perdoar quem me ofendeu. O nosso perdão mútuo então é a prova de até onde temos aceito o perdão de Deus. Devemos então lembrar três pontos:
 - O perdão de Deus sempre precede o perdão humano;
 - O perdão humano é reação ao perdão divino;
 - O perdão divino só se torna eficaz para nós quando nós temos vontade de perdoar o outro.
Joaquim Jeremias, teólogo, explica a frase assim: “Nós estamos prontos a repassar a outros o perdão que nós recebemos. Dá-nos, querido Pai, o dom da era da salvação, o teu perdão, para que, na força do perdão recebido, possamos perdoar os que têm nos ofendido”. (J. Jeremias, A Oração do Senhor).
E o grande exemplo desta realidade continua sendo a mulher “pecadora” de Lc 7, 36-50), cujo grande amor foi consequência do grande perdão recebido de Deus.

6. “E não nos deixes sucumbir à tentação”
Esse é o único pedido formulado em termos negativos. Aqui não somente pedimos para não cair nas pequenas ou grandes tentações que nós enfrentamos no dia-a-dia, mas que não caiamos na Grande Tentação, de não acreditar na realidade da presença do Reino, de perder a fé na ação transformadora de Deus, de não acreditar mais na concretização da vontade de Deus. E este “sucumbir” não vem normalmente “de vez” - é um processo lento, que pode acontecer sem que nós demos conta. É o perder do élan, da vibração com a causa do Reino, que reduz a religião a um mer “cumprir tabela”, sem alegria, sem esperança, - enfim uma frustração. Esse pedido ecoa uma mensagem e advertência clara dos evangelhos - a necessidade de vigilância! Estamos na luta escatológica entre o bem e o mal, onde até Jesus foi tentado. Aqui reconhecemos a nossa fraqueza, a nossa tendência para o desânimo, e pedimos a força de Deus para que não sucumbamos à Grande Tentação.

Assim a Oração do Senhor resume o projeto de vida dos seus seguidores e discípulos. É uma oração que traz consequências bem concretas para o nosso relacionamento com os irmãos e com a sociedade. É uma oração que desinstala e desacomoda. Pois, nós estamos nos comprometendo com a construção diária do Reino, através do seguimento de Jesus.
A segunda parte do trecho de hoje insiste na necessidade de perseverança na oração. Faz contraste (e não comparação!) entre Deus e o amigo humano. Pois, se o “amigo” só atende o pedido para não ser amolado, Deus é bem diferente. Ele dará o mais importante - o Espírito Santo, com todos os seu dons, àqueles que o pedirem! Peçamos as coisas pequenas - mas importantes - necessárias para a nossa vivência diária, mas saibamos também pedir os grandes dons do Reino, o perdão, o pão da vida, a misericórdia sem limites, que Deus jamais negará!

Salmo 137/138

Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!

Ó Senhor, de coração eu vos dou graças
porque ouvistes as palavras dos meus lábios!
Perante os vossos anjos vou cantar-vos
e ante o vosso templo vou prostrar-me.

Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!

Eu agradeço vosso amor, vossa verdade,
porque fizestes muito mais que prometestes;
naquele dia em que gritei, vós me escutastes
e aumentastes o vigor da minha alma.

Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!

Altíssimo é o Senhor, mas olha os pobres
e de longe reconhece os orgulhosos.
Se no meio da desgraça eu caminhar,
vós me fazeis tornar à vida novamente;
quando os meus perseguidores me atacarem
e com ira investirem contra mim,
estendereis o vosso braço em meu auxílio
e havereis de me salvar com vossa destra.

Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!

Completai em mim a obra começada;
ó Senhor, vossa bondade é para sempre!
Eu vos peço: não deixeis inacabada
esta obra que fizeram vossas mãos!

Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!





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